Viajar é muito mais que sinónimo de ir de férias… ou pelo menos deveria ser!
Viajar é muito mais que sinónimo de férias. É aprender. É conhecer outras realidades… ou pelo menos deveria ser.
Eu penso assim e encaro cada viagem (mesmo sendo a trabalho) como uma aprendizagem que jamais conseguiria ter à distância de certas culturas e civilizações.
É adaptarmo-nos ao que vamos encontrar e estar de mente aberta para a diferença.
É aceitarmos que em parte nenhuma do Mundo vamos encontrar o cenário perfeito, isso só acontece nas Redes Sociais, como bem sabemos.
Tenho aprendido tanto, tenho me vergado tanto a pré-conceitos que tinha.
Não tenho medo de assumir isso! Nenhum!
E sei que nem todas as pessoas viajam com o mesmo feeling, há quem esteja preparado para tudo, quem adore ter desafios, mas também há quem queira ir ver postais sem qualquer imprevisto.
E todos temos direito ao ar que respiramos claro…. mas, é preciso ter mínimos olímpicos.
E se há coisa que dispenso, é sentir vergonha alheia e é disso que venho falar.
Este blog é um blog de viagens com pessoas dentro (deste lado) e com pessoas também dentro, desse lado, por isso, gosto de desabafar convosco sobre estes episódios que me vão acontecendo em viagens.
O que quero partilhar é um episódio que assisti há dias num aeroporto.
Estava na fila do check-in e atrás de mim, falavam português.
Várias pessoas a falarem de vários temas, sobretudo a reclamarem, ou melhor, sempre a reclamar.
A reclamarem sobre o aeroporto, sobre aquela ou outra pessoa que passava ali na fila, sobre a TAP que está sempre atrasada (e aqui é verdade, porque estava)…
Por muito que me apetecesse não dar “fé à conversa alheia” era impossível, porque, para além de estarem colados a mim, falavam muito alto.
“Miami é horrível, Veneza está péssima, Barcelona é só gente feia, Londres não tem graça nenhuma…“
“Aquele tem mesmo ar de drogado, deve levar droga na mala… e a mulher deve fazer outro tipo de trabalhos…”
Até ao momento em que ouvi:
“Porra! A TAP já não basta estar atrasada, como agora vamos ser atendidos por pretas. Parece que voltámos às Caraíbas…”
Achei tão irreal, que olhei de imediato para trás com ar de … desprezo.
E digo desprezo porque o que é que encontro quando olho para trás?
Três casais. Entre 65-75 anos. Com todo o ar de arrogância e prepotência que lhes cabiam.
Com os seus casacos de pele, cabelos arranjados, jóias nos dedos e tanta merda na cabeça! Desculpem o termo, mas não há outro melhor!
Olhei, fixei neles e fiquei sem saber para onde os mandar.
Isto não é racismo, não é ignorância, intolerância…
Por favor, vamos parar de relativizar, de “perdoar”… isto é maldade, é falta de noção, falta de educação…
É ser muito triste, mesquinho e sobretudo, infeliz.
Então as pessoas viajam, vão conhecer o Mundo, outros povos, civilizações, culturas e não aprendem nada?
Vão viajar para criticar? Vão viajar para apontar os dedos?
Vão viajar para chamar pretos? Para dizer que os pretos só servem para servir em resorts e trabalhar nas limpezas?!
É muito triste, mas o mais triste foi quando eles quiseram passar à frente daqueles a quem chamaram de traficantes de droga e a “preta” lhes explicou que eles tinham prioridade e que, a menos que aqueles seres preconceituosos também tivessem, teriam que esperar para ser atendidos.
Mal educados, com maldade da cabeça aos pés e, ainda por cima, armados em “chicos espertos”.
Como se isto não fosse suficiente, no avião quando entram e passam pelos comissários ainda dizem para quem quisesse ouvir:
“Devem ser maricas estes! São todos!”
E depois andavam sempre a pavonearem-se dentro do avião e os comissários de bordo, várias vezes pediram para se sentarem e colocar o cinto…
Enfim, acredito que a idade nos trás muita coisa e que também nos possa tirar umas tantas…
Mas há coisas que são de dentro, que nos estão dentro, não se perdem nem se ganham.
Créditos da Fotografia: Até já!
Nota Importante:
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Fico feliz por estarmos mais perto!
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