ROTEIROS & DICAS

VOCÊS PERGUNTAM #5 | O que mais te irrita nas “HOSPEDEIRAS” nos aviões?

Pela quantidade de vezes que já recebi esta pergunta e quantas vezes já me perguntaram pessoalmente, acredito que seja mesmo um tema pertinente. 🙂

Então, vamos por partes! Porque senão, começa já a chuva de e-mails pouco simpáticos!

Penso que, as “antigamente chamadas de hospedeiras”, hoje são Comissária/os de bordo ou Aeromoça/os (no Brasil).

Para mim, é um tema sensível, uma vez que tenho amigos e conhecidos que são comissários de bordo, não generalizo obviamente, mas vou mesmo responder a esta pergunta.

Começo por dizer que depende um pouco da companhia ou então tenho a opinião enviesada e tenho tido algum azar…

Mas começando por lhes “passar a mao no pelo” para depois mandar a cacetada ahahha…

Começo por dizer que por vezes tem que ter doses gigantes de paciência. Há pessoas que levam qualquer santo a perder a paciência como bem sabemos…

Convenhamos que há pessoas que não respeitam nada nem ninguém.

Há pessoas que são de difícil trato e que gostam de quebrar regras.

Há outras que se sentem “seres superiores” porque viajam…. enfim, sabemos disto tudo!

Mas, como em todos os trabalhos, há sempre coisas menos boas que temos que aturar e quem vai para esta profissão já sabe o que lhe pode calhar!

Agora, há coisas que irritam um pouco sim!

E bem sabemos que há uns anos esta profissão dava aquele status … a farda… a postura… a arrogância…

E isto não é mentira! Não é mesmo! Basta ver a postura das “crews” quando chegam em grupo ao aeroporto, passam como fossem a realeza…

A culpa não é deles… é cultural, é coisa do passado… Enfim, coitados, a maioria deles, até os casacos e as malas têm que pagar!

Mas, há companhias que se adaptaram à realidade e outras que ainda vivem convenientemente agarrados a este pseudo-status que por vezes faz com que os passageiros sintam algum afastamento e até alguma raivazinha.

Mas sim, há coisas que me irritam… e muito!

Não aprecio quando não falam a língua da pessoa e nem sequer a tentam entender, isso faz com que todas as pessoas que viajam sejam obrigadas a ter 3 anos de inglês para falar com eles…

Especialmente isto irrita-me quando se trata de público mais velho.

Já eles, para estarem lá, convém saberem mais alguma coisa que arranhar o inglês… e pelo menos, tentarem entender.

Há outra coisa que me irrita solenemente… acharem que não têm que justificar as respostas.

Acharem que o “porque sim” e o “porque não” tem que ser acatado como se fossemos cães!

Pois é, mas não somos… e já vi isso a acontecer em diversas companhias e muito mais vezes do que aquelas que gostaria.

Também acho alguma “graça azeda” de quando nos tentam mandar areia para os olhos, mas não combinam entre a equipa a mentira sobre o atraso do voo…

Para uns foi condições meteorológicas, outros problemas mecânicos e no fim do dia, o piloto confessa que fez overnight no local e que adormeceu…

Entendo que tenham que se proteger, mas ao menos… que o façam com inteligência, simpatia e boa educação.

E também há outra coisa maravilhosa… quando o voo atrasada e as “hospedeiras” de terra estão a ver os saldos da Zara na app no telemóvel e odeiam ser interrompidas com a pergunta estúpida de:

“Sabe dizer-me o que se passa? Quanto tempo mais é o atraso? Sabe dizer alguma coisa?”

Resposta super óbvia para uma pergunta tão estúpida quanto essa:

“Está atrasado, mais informações serão anunciadas.”

 

Porque no fim do dia há uma coisa muito importante:

Todos aqueles que viajamos e sentimos que cada vez as coisas estão mais estranhas, os funcionários andam mais zangados, até comentam que tem ordenados em atraso, que pagam os casacos, pagam as malas, os sapatos, que lhes baixaram o ordenado, que vão despedir mais pessoas…

Estamos todos alinhados que isso é uma grande merda e a nossa solidariedade passa por comprarmos viagens nas companhias onde trabalham, se pensarem bem, é isso que vos faz ter trabalho.

Porque não conseguimos fazer mais… escolhermos a vossa companhia para voarmos, já devia ser suficiente para nos receberem ao menos com um sorriso.

Não descarreguem nas pessoas, não sejam mal educados, não se elevem…

E nós, viajantes, teremos que ser com certeza mais colaborantes, mas fica difícil quando a atmosfera não gira para esse lado.

Vou só contar um pequeno episódio que aconteceu há poucos meses no Aeroporto de Lisboa:

O Voo da Tap atrasado (o normal portanto), a equipa de terra muito alterada e com poucas pessoas, chega um membro da equipa que claramente tinha acordado há 5 minutos e foi a correr para lá.

Chegou, a colega não o poupou e deu-lhe logo ali na cabeça e ele ficou logo com a azia.

O embarque estava aberto e estávamos a ir para o autocarro que nos levaria ao avião.

Relembro: voo muito atrasado, funcionário para além de atrasado estava danado.

Então dois funcionários (os dois que falei em cima) começaram a etiquetar as malas de mão, até que o funcionário pega na mala de um senhor que devia ter uns 75/80 anos e lhe tirou (literalmente), tirou a mala da mão.

“A sua mala vai para o porão!” De seguida, jogou-a para o lado e pediu uma etiquetas.

O senhor que claramente não estava habituado a viajar, não percebeu nada e ficou muito aflito…

O funcionário continuou em alta velocidade a etiquetar malas e o senhor tentava abordá-lo para tentar perceber o que se passava, até porque estava aflito, porque tinha uma medicação qualquer…

E o funcionários aos gritos (vários pessoas a filmar) disse:

“Páh… se me voltas a chatear nem embarcas!!”

E agora, vão me dizer que é uma vez sem exemplo? Não, não é!

Vão-me dizer que não se pode generalizar? Não, não pode!

Agora apanhar um tipo que pensa que está no Bairro Alto aos gritos com os amigos e a ameaçar pessoas é que não…

Resultado, estava lá um senhor que foi enchendo, enchendo… e passou-se!

Foi buscar a mala do senhor mais velho, empurrou o funcionário e disse-lhe que ele não voltava a levantar a voz ao senhor.

Obviamente que… a colega (com ar incrédulo pela atitude dele) em pânico chama a segurança e a PSP, o senhor que empurrou e o mais idoso, já não seguiram no autocarro e provavelmente não voaram.

Por viajar muito, tinha muitos mais exemplos de outras companhias…

Mas isto é suposto ser assim? É suposto tratarem as pessoas assim?

O senhor que o empurrou disse-lhe assim:

“Mas quem você pensa que é? Você apenas é um comissário de bordo que atende os passageiros, que lhes serve comida, que recolhe o lixo, que vende raspadinhas e no limite… ainda traz um copo de água…”

Eu não sei se é “só” isso, mas sei que seria injusto dizer que este comportamento é o de sempre, mas infelizmente, e talvez porque faço muitos voos…

O saldo não é muito positivo… nem com funcionários de terra nem de bordo, infelizmente…

Sinceramente, não pedia muito senão mais educação, mais ética e profissionalismo quando comunicam atrasos ou cancelamentos, não entendem que as pessoas se passam da cabeça pela forma como o fazem?

É tão fácil entender isso… se falarem bem com as pessoas evitam tanta confusão.

E os viajantes também têm que ter mais calma, ou seja, é dos dois lados, mas uma vez que estão a prestar um serviço têm que se portar como tal.

 

 

 

Já sabem que esta rubrica é vossa! Podem mandar a pergunta por mensagem nas redes sociais, email, comentário no blog, onde quiserem!

Serão sempre bem-vindos e aos poucos vamos respondendo!

Obrigada desde já, pela vossa adesão!

Se quiserem ler mais perguntas respondidas, espreitem este link:

FAQ’s

 

 

Créditos da Fotografia: Condé Nast Traveler

 

 

 

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